sábado, 10 de dezembro de 2016

  O funk nasceu na década de 1980 nas favelas do Rio de Janeiro e virou febre  no brasil inteiro e quase todos jovens gostam.
  Quase todos os bairros rola o baile de favela nas ruas,muitas vezes os morador denuncia por causa do barulho e a policia chega pra acabar com tudo,muitos esperam eles irem embora pro baile voltar a rolar.

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A partir da década de 1980, os bailes funk do Rio de Janeiro começaram a ser influenciados por novos ritmos, tais como o Miami bass,[17] que trazia músicas mais erotizadas e batidas mais rápidas.[3] Por volta de 1986, o sociólogo Hermano Vianna presenteia o DJ Marlboro com uma bateria eletrônica do modelo Boss Doctor Rhythm DR-110[2]. As primeiras gravações de funk carioca eram versões desse gênero musical.[3] Também nessa década surgem os bailes charme, criados pelo Corello DJ e que tocavam canções românticas de R&B contemporâneo,[18][19] como o new jack swing.[20]
De acordo com Malboro, a principal influência pro surgimento do funk carioca foi o single Planet Rock de Afrika Bambaataa e Soulsonic Force, lançado em 1982, misturando o funk de James Brown e a música eletrônica do grupo alemão Kraftwerk (tendo inclusive sampleado trechos de "Trans-Europe Express"),[21] a canção foi denominada na época como funk e hoje é reconhecida como um dos primeiros singles de electro,[2] Bambaataa também é reconhecido como um dos precursores do hip hop e pela associação cultura Zulu Nation.[22]
As rádios passaram a dedicar espaço em sua grade horária para os sucessos feitos no ritmo funk. Um dos mais famosos foi a regravação de uma canção de Raul Seixas, o "Rock das Aranhas"[3]. A ela, se juntaram outras paródias de gravações de cantores de latin freestyle (servindo de inspiração para o funk melody) como Stevie B, Corell DJ, entre outros MCs.[2] Um dos raps (ou "melôs", como também eram chamados) que marcaram o período mais politizado no funk carioca foi o "Feira de Acari", que falava sobre a "Robauto", a feira de peças de carro roubadas realizada no bairro de Acari.[3]
Ao longo da nacionalização do funk, os bailes — até então, realizados nos clubes dos bairros do subúrbio da capital do estado do Rio de Janeiro — expandiram-se a céu aberto, nas ruas, onde as equipes rivais se enfrentavam disputando quem tinha a aparelhagem mais potente, o grupo mais fiel e o melhor DJ. Neste meio, surgiu DJ Marlboro, um dos vários protagonistas do movimento funk. Com o tempo, o funk ganhou grande apelo entre moradores de comunidades carentes, pois as músicas tratavam do cotidiano dos frequentadores, abordando a violência e a pobreza das favelas.

Anos 1990

Com o aumento do número de raps/melôs gravadas em português, apesar de quase sempre se utilizar a batida do miami bass, o funk carioca começou a década de 1990 criando a sua identidade própria. As suas letras refletem o dia a dia das comunidades ou fazem exaltação a elas (muitos desses raps surgiram de concursos de rap promovidos dentro das comunidades).[23] Em consequência, o ritmo ficou cada vez mais popular e os bailes se multiplicaram. Ao mesmo tempo, o funk começou a ser alvo de ataques e preconceito da sociedade. Não só por ter se popularizado entre as camadas mais pobres da sociedade, mas também porque, em vários destes bailes, ocorriam os chamados "corredores", quando dois grupos rivais, chamados "lado A e lado B", se enfrentavam, resultando por vezes em mortes.
Com isso, passou a haver uma constante ameaça de proibição dos bailes. Isso gerou o surgimento de canções funk que pediam a paz entre os grupos rivais, como a música "Som de preto". Em meio a isso, surgiu uma nova vertente do funk carioca, o funk melody, com músicas mais melódicas e temas mais românticos,[24] seguindo mais fielmente a linha musical do freestyle americano e alcançando sucesso nacional. Destacaram-se, nesta primeira fase, LatinoCopacabana BeatMC Marcinho, entre outros.
A partir de 1995, o rap, até então executado apenas em algumas rádios, passou a ser tocado inclusive em algumas emissoras AM. O que parecia ser um modismo "desceu os morros", chegando às áreas nobres do Rio de Janeiro. O programa da Furacão 2000 (inspirado no programa americano Soul Train) na Central Nacional de Televisão fazia sucesso, trazendo os destaques do funk e deixando de ser exibido apenas no Rio de Janeiro, ganhando uma edição nacional.[2] Além disso, muitos artistas passaram a se apresentar no programa Xuxa Park, apresentada por Xuxa.[25] Artistas como Claudinho & Buchecha, entre outros, tornaram-se referência nessa fase áurea, além de equipes de som como Pipo's, Cashbox e outras. A Rádio Imprensa teve papel importante nesse processo, ao abrir espaço para os programas destas e de várias outras equipes.
Alguns bordões e gritos de guerra criados nos bailes tornavam-se sucesso, como foi o caso de "Uh, tererê" (um falso cognato do rap "Whoop! There it is!" do grupo americano Tag Team) e "Ah, eu tô maluco".[26]
Em 1997, Mestre Jorjão da bateria da Viradouro introduziu a "paradinha funk" no desfile de carnaval.[27] Paralelo a isso, outra corrente do funk ganhava espaço junto às populações carentes: o "proibidão". Normalmente com temas vinculados ao tráfico de drogas, os raps eram, muitas vezes, exaltações a grupos criminosos locais e provocações a grupos rivais, os "alemães" (gíria também usada para denominar os grupos rivais dentro dos bailes funk). Normalmente, as músicas eram cantadas apenas em bailes realizados dentro das comunidades e divulgados em algumas rádios comunitárias. Ao final da década, além de todas as variantes acima, surgiram músicas com conotação erótica. Essa temática, caracterizada por músicas de letras sensuais, por vezes vulgares, que começou no final da década, ganhou força e teria seu principal momento ao longo dos anos 2000.

Anos 2000

funk conseguiu mascarar seu ritmo, mostrando-se mais parecido com o rap americano e integrando-se mais às demais classes sociais. Sua batida repetitiva, denominada "pancadão" ou "tamborzão", é inspirado em batidas do miami bass, do freestyle, do rap americano de canções como Light Years Away", do grupo de hip hop Warp 9 conhecida como "Melô da macumba" e "Don't Stop the Rock", do Freestyle, conhecida como "Melô da explosão", "808 Volt Mix" do DJ Battery Brain e as fusões de rítmicas de sambafunksoul e rap do grupo de percussão Funk'n'Lata,[28] criado por Ivo Meirelles da bateria da Estação Primeira de Mangueira.[29][30][31] Isso contribuiu para que mais pessoas se tornassem seus adeptos, fazendo com que o estilo chegasse a movimentar cerca de 10 000 000 de reais por mês no estado do Rio de Janeiro entre os anos de 2007 e 2008.[32] Algumas letras eróticas e de duplo sentido, normalmente desvalorizando o gênero feminino, também revelavam uma não originalidade, ao copiar samples de outros estilos.[33]
A inglesa M.I.A.frequentemente usa ritmos dos bailes funk em suas músicas, especialmente no álbum Arular. Isso ajudou a difundir internacionalmente o estilo.
Em 2000, foi criada uma lei para regulamentar os bailes funks,[34] no mesmo ano, a banda de rock gaúcha DeFalla experimenta o sucesso no gênero com o hit Popozuda Rock'n Roll do álbum Miami Rock, vendo o sucesso do gênero, a gravadora som Livre lança a coletânea Explosão Tekno Funk.[35]
Em 2001, o grupo de pagode baiano É o Tchan!, cujas vendas começaram cair naquele ano, gravou um álbum dedicado ao gênero, [36] já o grupo As Meninas gravou uma versão cover de Um Tapinha não Dói,[37] curiosamente, uma canção do grupo, Xibom Bombom, inspirou o hit O Rap do Sufocador de Mister Catra.[33] O funk ganhou espaço fora do Rio de Janeiro e ganhou reconhecimento internacional quando foi eleito umas das grandes sensações do verão europeu de 2005. Foi a base para um sucesso da cantora inglesa M.I.A., "Bucky Done Gun", produzido por Diplo,[38] que também excursionou pelo gênero.[39] Um dos destaques dessa fase (e que foi objeto até de um documentário europeu sobre o tema) foi a cantora Tati Quebra-Barraco, que se tornou, através das letras de suas músicas, um símbolo de mulheres que demonstram resistência à dominação masculina[carece de fontes]. Em julho de 2007, em Angola, surgiu o primeiro grupo de funk angolano, "Os Besta-Fera". Seu vocalista principal, MC Lucas, esteve no Rio de Janeiro, onde aprendeu a cantar o funk carioca. O estilo também está presente no trabalho da cantora japonesa Tigarah.[40]
A respeito desse sucesso, o antropólogo Hermano Vianna, autor do pioneiro estudo "O Mundo Funk Carioca" (1988), ISBN 8571100365, afirmou:
Em 2008, Leonardo Mota, o MC Leonardo, fundou a Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk). Leonardo iniciou a carreira na década de 1990, ao lado do irmão Júnior, tendo sido ambos responsáveis pelo sucesso Rap das Armas,[41][42] no mesmo ano, o deputado federal Chico Alencar (PSOL - RJ) apresenta um projeto de lei que declara o ritmo "forma de manifestação cultural popular"[43]. Em julho de 2009, a Apafunk criou a "roda de funk", inspirada nas rodas de samba.[44][45]
Em setembro de 2009, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou projeto dos deputados Wagner Montes e Marcelo Freixo que definiu o funk como "movimento cultural e musical de caráter popular do Rio de Janeiro"[46]. Em novembro do mesmo ano, a secretária de transportes do Estado do Rio de Janeiro lançou o evento conhecido como "Trem do Funk", inspirado no evento anterior "Trem do Samba", que já era realizado desde 1996. Através desse evento, a Supervia destina uma composição que abriga uma festa dedicada ao funk circulando desde a estação da Central do Brasil até Belford Roxo.[47]

Anos 2010

Em 2011, foi realizado a "Batalha dos Passinhos", um concurso promovendo o estilo de dança criado nos bailes e inspirado em passos de outros estilos musicais, como o ballet clássico, o jazz, o hip hop e o frevo.[48] No mesmo ano, foi realizada a primeira "Rio Parada Funk".[49] Em 2012, esse estilo de dança ganhou as páginas policiais, após o dançarino Gualter Damasceno Rocha, de 22 anos, conhecido com o "Rei dos Passinhos", ter sido assassinado. Gualter desapareceu na noite de réveillon: após sete dias, teve o corpo reconhecido por um irmão através de fotos.[50]

Ainda 2011, surge a "Liga da Funk", uma associação paulista idealizada pelo empresário Marcelo Galático.[51]
Ainda em 2012, um outro artista faz sucesso nacionalmente com o funk melody: o cantor Naldo Benny, anteriormente conhecido como MC Naldo[52], nome que usava em uma dupla com o irmão Lula, morto em 2008.[53] Foi também lançado o musical Funk Brasil - 40 anos de baile, baseado no livro Batidão - Uma História de Funk, do jornalista Silvio Essinger.[7] Na noite do dia 6 de julho de 2013, o funqueiro[54] Daniel Pedreira Sena Pelegrini, conhecido como MC Daleste, foi baleado numa apresentação em Campinas. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu e morreu na madrugada do dia 7[55].
O gênero vem ganhando cada vez mais espaço no carnaval carioca,[56][57] sendo adotado por grupos de bate-bola[58] e o surgimento do Bloco Apafunk.[59]

Artistas como MC Delano e Ludmilla fizeram o uso de cavaquinho em algumas canções, instrumento presentes em gêneros como samba, choro e pagode. [nota 1][61]